ROSTO DA MINHA TERRA
Andei pelas cidades sanzalas, musseques
E aldeias da minha Angola,
Apreciei as ruínas, e o desenvolvimento
da terra,
Gostei os tambores sendo batucados,
as marimbas, dicanzas, kissanje sendo
tocadas…
Os gritos flucóricos das mumuílas,
olhei pelas sujeiras das nossas praças,
o sofrimento das mamas sungueiras,
O barulho das quitandeiras areiou,
areiou, que desperta as clienteiras…
Os taxistas, kupapatas, com suas loucas
brincadeiras,
No rosto da minha terra, na bela
cor da nossa bandeira,
As maravilhas de kalandula, tunda vala,
egipto praia…
As longas curvas da cerra da leba,
no encanto da frescura da mulemba,
encontrei os palancas negras.
Saboriei o funje de palapala, com o encanto
do molhou de quizaca,
Penetrei nos ritmos do kuduro, os toques
milindrosos dos putos,
semba fez-me tirar o último toque do cofre.
Autor; Luciano S. Francisco
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ANTES QUE O TEMPO ME CONSUMA
Tenciono deixar legado, quer seja
livros ou disco
O importante é forjar história,
no catálogo das memorias de angola…
Antes que o tempo me consuma
Quero revir ao passado, formatar
meus pecados...
Reconselhar-se com os inimigos,
não excluindo meus amigos…
Antes que o tempo me sonsuma
Quero desimpedir meus medos,
descanjicar meus segredos,
regozijar-se pela vida perscrutando
novo dia…
antes que o tempo me consuma
assenhora-se criticar-me, elogiar só não
esqueça ajudar-me.
Antes que o tempo me consuma
Autor: Lciano S. Francisco
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MULHER
És o eco fluido,
dos anjos sabidos
dos meus antiqueridos
por mim, tão querido
Tú és a flor,
que contrajes o amor
o sopro divino
que completa o meu ego,
tão puro e tão digno...
És o quimono que cobre
as friezas da minha alma
gelada, em busca de
aquecimento...
mulher
Tú es doce harmonia
que enlevas a mágia
no teu lindo decantar...
Es a biologia, a cinderela
que gera vida,
pelos gestos do seu lindo
versejar...
oh mulher
Es a nascente da felicdade
a tua pureza transmite leadade
tu es, tu es, tu és...
A estetica viva em pessoa
a obra prima encantadora
feita na simplicidade sonora
do cântico da terra.
Autor: Luciano Francisco
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O QUE A VIDA ME ROUBOU
Não é vigor que existe em mim,
nem os meus escritos que nunca
foi ruím,
Não são os verdadeiros amigos
que ainda não descobri,
Nem os meus segredos, que jamais
deslindei…
O que a vida me roubou
Não é estações do ano, horas,
minutos
que sugavam minha ausencia,
Nem muito menos meus poemas,
Que arrebatava suas hormonas,
enchendo-te com delirios, emoções
quebrantadoras…
O que a vida me roubou
Não sei! Se é a melancolia que
sustentava nossa amizade,
Ou as lembranças dos velhos
abraços,
Teus brancos sorrisos rasgados,
que a vida ceifou dos meus
neurônios…
Talvez! Talvez os restos mortais,
da desusada
ternura, ainda deambulam por aí…
tudo mesmo que a vida me roubou!
É o prazer de voltar a viver,
alegria de puder amar, querer sorrir
mas não sofrer, a pura vasca de torcer
a pagina desta vida fracassada,
E orgulhar-me apenas com conquista
e vitorias…
O que a vida me roubou!
Autor: Luciano Francisco